Brics: A inclusão de regimes hostis ao Ocidente coloca a economia brasileira em risco

Nos últimos anos, o Brics: se firmou como um gigantesco bloco econômico e político no cenário mundial, juntando grandes potências como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a possibilidade de expansão para novos membros, a entrada de países com regimes considerados hostis ao Ocidente levanta preocupações sérias sobre as consequências para a economia brasileira.

Para contextualizar vocês, aconteceu o seguinte: regimes como os da Venezuela, Belarus e até mesmo o Talibã pediram para fazer parte dos Brics: A economia brasileira que já enfrenta seus próprios desafios, como a inflação alta, incertezas fiscais e a saída de capital estrangeiro, está se colocando em um momento ainda mais delicado, e que, na minha opinião e de diversos outros economistas, pode complicar ainda mais a situação brasileira.

Felizmente, e graças a um bom trabalho de diplomacia, a Venezuela foi excluída da lista de possíveis novos parceiros do Brics: Essa decisão reflete o desejo do Brasil de evitar a inclusão de países com governos contestados, especialmente aqueles que enfrentam críticas dos EUA. No entanto, fiquei surpreso com isso, já que, apesar de o presidente Lula ter questionado a legitimidade da eleição na Venezuela, ele ainda mantém uma boa relação com Maduro.

Contudo, os Brics decidiram incluir países como Cuba, que têm tensões diretas com os EUA. A lista dos 13 novos países selecionados como membros associados ainda será confirmada, porém a entrada de regimes controversos pode resultar em repercussões econômicas significativas para o Brasil, especialmente porque os Estados Unidos são um dos nossos principais parceiros comerciais.

A percepção de um alinhamento brasileiro com regimes considerados antiocidentais pode levar a sanções, retaliações ou restrições comerciais dos EUA, prejudicando setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e a exportação de commodities. Além disso, a inclusão de novos membros pode fortalecer a influência geopolítica do Brics, criando um alinhamento que rivaliza com o G7, do qual os EUA fazem parte.

E não para por aí: a ampliação do Brics pode influenciar a política monetária do Brasil. A diversificação de parcerias comerciais poderia reduzir a dependência brasileira do mercado americano e promover maior estabilidade nas exportações. Entretanto, essa transição não é simples, já que o dólar ainda domina o comércio internacional. Um afastamento excessivo do sistema financeiro ocidental, liderado pelos EUA, poderia desestabilizar a economia brasileira, afetando a confiança dos investidores e resultando em maior volatilidade nos mercados.

Nesse cenário, é positivo para o mercado que o presidente Lula tenha se manifestado contra essa expansão, buscando preservar a estabilidade econômica e as transações comerciais do Brasil. Essa postura se torna ainda mais relevante à medida que o Brasil se prepara para assumir a liderança do Brics no próximo ano. Para o Brasil, o desafio vai além de apenas diversificar parcerias; é essencial manter relações saudáveis com nossos tradicionais parceiros comerciais, especialmente os Estados Unidos. Esse equilíbrio será fundamental para assegurar um desenvolvimento econômico sustentável e evitar conflitos significativos.

 

 

A Enel só serve para atender no deserto do Saara

O apagão que atingiu São Paulo no último fim de semana foi mais um lembrete da deterioração dos serviços de energia prestados pela Enel. Desde que assumiu o controle da antiga Eletropaulo em 2018, a empresa tem feito promessas de melhoria e aumentado sucessivas vezes as tarifas e, mesmo assim, continuamos recebendo um serviço cada vez pior e que já resultou em mais de R$ 1,65 bilhão em prejuízos para o varejo.

Não podemos esquecer dos impactos diretos do apagão na vida das pessoas, que perderam as compras do mês armazenadas na geladeira ou tiveram eletrodomésticos danificados. Eu mesmo já fiquei sem energia e enfrentei diversos prejuízos devido aos apagões constantes. É importante destacar que todo esse custo acaba sendo repassado ao consumidor final, que já enfrenta preços mais altos nos alimentos e nas despesas diárias, agravados pela inflação.

A Enel teve uma das mais desastrosas atuações já vistas, conseguindo ter um tempo pior de restabelecimento de energia, demorando muito mais que a Flórida durante a passagem do furacão Milton nos EUA. E, pasmem, tudo isso que vem acontecendo é fora da temporada de chuvas, que tradicionalmente eleva tanto o número de emergências e o tempo de resposta. Detalhe, São Paulo tem previsão de mais ventos e chuvas neste final de semana e a situação ocorrida no temporal da semana passada não está ainda normalizada.

Além de SP, a Enel coleciona problemas em outros estados e até fora do Brasil. Entre diversos dados que saíram recentemente, os números são alarmantes. No sistema da prefeitura de São Paulo, em parceria com a Enel, há 240 mil pedidos de poda de árvores em contato com a fiação elétrica, mas apenas 1.730 podas foram realizadas — um triste 0,7% do total. Esse desempenho é ainda pior do que o registrado em 2023. Por isso, não hesito em afirmar que a Enel parece mais adequada para operar no deserto do Saara, onde a queda de árvores não é um problema que possa ser atribuído à falta de ação.

Esses dados reforçam que estamos pagando mais por serviços cada vez piores, e o recente apagão só expôs a falta de fiscalização e que os investimentos prometidos que nunca se concretizaram.

Dito isso, o governo deve pressionar a empresa para que cumpra os compromissos estabelecidos e realize os investimentos e contratações prometidos em seu plano de contingência. No mês passado, a Enel anunciou que destinaria R$ 20 bilhões à rede elétrica e contrataria 5 mil novos funcionários. É muito importante para a imagem do nosso país que essas promessas sejam cumpridas. Se não, as pessoas vão achar que o Brasil é uma bagunça, como se tudo pudesse ser feito sem responsabilidade. Precisamos mesmo garantir um serviço que atenda às necessidades da população.

Quanto rende o patrimônio de Pablo Marçal, Guilherme Boulos e Ricardo Nunes?

Investir é um tema que muita gente já pensou em fazer mas nunca colocou em prática, não é mesmo? Seja por medo, falta de confiança ou até por não ter muito dinheiro. Mesmo assim, não há desculpas para deixar de investir! Hoje em dia, há diversos cursos gratuitos na internet ensinando sobre o assunto, além de muitos educadores financeiros por aí (eu mesmo já fui um deles!). E o melhor: existem investimentos que você pode começar com apenas R$ 1. Então, vamos lá, bora investir e fazer seu dinheiro trabalhar para você!

Hoje, vou te mostrar quanto rendem os patrimônios de três figuras marcantes da política paulistana nos últimos meses: Pablo Marçal, Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. Cada um deles possui uma situação financeira bem diferente, variando de valores de classe média a verdadeiros milionários.

Pablo Marçal (PRTB): Patrimônio de R$ 169,5 milhões

O candidato com o maior patrimônio declarado para as eleições foi Pablo Marçal, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). O total de bens declarados por ele é de R$ 169,5 milhões, dividido entre imóveis, espaços comerciais, participações em diversas empresas e terrenos.

Se Marçal simplesmente deixasse todo seu patrimônio na poupança, teria um rendimento mensal de R$ 975.472,50, quase 1 milhão! Um valor que certamente permitiria viver muito bem. Mas vamos considerar um investimento mais interessante, porque a poupança, na minha opinião, não é um investimento de verdade.

Se ele investir esse valor em um Tesouro Pré-fixado (2027) a 11,46% ao ano, o retorno mensal seria de R$ 1.193.073,07. Outra alternativa seria um Certificado de Depósito Bancário (CDB) a 120% do Certificados de Depósitos Interbancários (CDI), que renderia cerca de R$ 1.335.034,79 por mês. Ou seja, com o patrimônio acumulado de Marçal, qualquer investimento renderia valores mensais que superam o que a maioria das pessoas ganham em anos.

Guilherme Boulos (PSOL) — R$ 199,5 mil

O deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos, declarou um patrimônio total de R$ 199.596,87. Seus bens incluem um carro Celta, um imóvel na Zona Sul e alguns investimentos. Ele é um dos candidatos com o menor patrimônio declarado.

Se Boulos deixasse seu patrimônio na poupança, estaria em uma situação complicada, recebendo apenas R$ 1.148,68 por mês, um valor menor que um salário mínimo. Em um Tesouro Pré-fixado (2027) a 11,46% ao ano, a situação melhora, mas ainda não é ideal, com um rendimento de R$ 1.404,92. Se optar por um CDB a 120% do CDI, ele teria cerca de R$ 1.572,09 por mês. Embora não pareça muito, ao final de um ano, isso representa um rendimento extra de R$ 18.865,08.

Ricardo Nunes (MDB) — R$ 4,8 milhões

O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, declarou um patrimônio de R$ 4.843.350,91. Seus bens incluem um veículo agrícola, imóveis na Zona Sul e na zona rural, terrenos em São Paulo e Minas Gerais, além de alguns investimentos.

Se ele deixasse o dinheiro parado na poupança, já teria um lucro mensal de R$ 27.873,48. Pode parecer pouco em comparação com Marçal, mas ainda é um bom valor ao final de cada mês. No Tesouro Pré-fixado (2027) a 11,46% ao ano, ele teria um rendimento mensal de R$ 34.091,28. E se ele optar por um CDB a 120% do CDI, o retorno mensal seria de R$ 38.147,74, o que seria uma excelente renda extra em qualquer um dos casos.

 

É importante ressaltar que não estou sugerindo que você invista todo o seu patrimônio, nem que coloque tudo em um único tipo de investimento. Essas são apenas simulações. Se você está pensando em investir, recomendo primeiro descobrir seu perfil de investidor e, em seguida, diversificar sua carteira. Assim, você terá melhores rendimentos e mais segurança na hora de investir.

Como a guerra agravada no Líbano vai impactar seus investimentos?

A instabilidade no Oriente Médio, especialmente com a recente escalada de conflitos no Líbano, levanta preocupações sobre suas implicações para os mercados globais e, consequentemente, para os nossos investimentos. E é claro que como todo o investidor eu estou preocupado com o rumo que essa situação pode tomar, pois essa guerra pode vir, sim, a afetar sim a nossa vida cotidiana. Engana-se quem pensa que está protegido só pelo conflito ocorrer em outro continente.

A guerra no Líbano não é um evento isolado, é parte de um emaranhado de tensões que acontecem há anos e envolvem países árabes, Israel e potências globais. A participação de grupos como o Hezbollah, o papel de países como Irã e Síria e as reações de potências como os Estados Unidos e a Rússia criam um ambiente instável que pode ter consequências de longo alcance.

O desafio para nós, investidores e consumidores que estamos de fora, é que a escalada de conflitos em regiões estratégicas para a produção de petróleo e energia trará um impacto direto sobre os preços das commodities, gerando inflação, inclusive aqui no Brasil. No entanto, para nós investidores, há uma tábua de salvação: opções de investimentos que protegem nosso capital e são consideradas mais seguras. Continue lendo, vou explicar como você pode se resguardar nesse cenário.

Impacto da guerra sobre os preços do petróleo

Um dos efeitos mais diretos da guerra no Líbano será a pressão sobre os preços do petróleo. Os países árabes, muitos dos quais fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), controlam uma parcela significativa da produção global de petróleo. Qualquer escalada do conflito pode resultar em interrupções no fornecimento, levando a um aumento nos preços de combustíveis.

Historicamente, crises no Oriente Médio têm provocado flutuações acentuadas nos preços do petróleo. Com as cotações já em níveis elevadas devido a tensões anteriores, um novo conflito pode exacerbar essa situação, resultando em custos mais altos para o transporte e para bens de consumo.

A alta dos combustíveis e a inflação

O aumento dos preços do petróleo tem um efeito cascata na economia de diversos países. Combustíveis mais caros significam não apenas maiores custos de transporte, mas também um impacto direto em setores como agricultura, manufatura e serviços. Essa elevação de custos pode se traduzir em inflação, pressionando os consumidores e corroendo o poder de compra. Em um ambiente inflacionário, os investidores devem estar atentos às opções de proteção. Uma estratégia eficaz pode ser a alocação em títulos atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que oferecem uma proteção contra a perda de poder aquisitivo.

Títulos atrelados ao IPCA: uma proteção necessária

Os títulos atrelados ao IPCA são ferramentas importantes para investidores. Esses papéis oferecem retornos que acompanham a inflação, garantindo que o rendimento real do investimento não seja corroído por aumentos de preços. Com a expectativa de inflação elevada devido aos conflitos no Oriente Médio, agravado com o ataque de Israel em território libanês, e ao aumento dos preços dos combustíveis, considerar a inclusão desses títulos em seu portfólio pode ser uma estratégia sensata. Além de proteger o capital, esses investimentos proporcionam uma renda fixa que pode ajudar a equilibrar o risco em momentos de volatilidade.

Então é isso investidor, considere diversificar seu portfólio como uma forma de hedge (proteção) contra a inflação. E claro, nada mais sensato do que manter-se informado sobre o desenrolar do conflito no Líbano, em Israel e em todo Oriente Médio e suas repercussões nos mercados globais. Como sempre digo, em tempos de incerteza, a melhor estratégia é estar preparado e informado para agir.

 

 

Como transformar R$ 10 mil em renda extra: veja as melhores opções de investimento

Investir é uma forma poderosa de fazer seu dinheiro trabalhar por você. Quando decidi aplicar R$ 10 mil, o objetivo era claro: criar uma fonte de renda extra. Mas como saber qual o melhor tipo de investimento? Cada investimento tem um perfil de risco, um prazo de recebimento e diversas outras questões que devem ser analisadas de forma pessoal. Afinal, nem todos gostam de correr riscos ao investir, e para essas pessoas não seria indicado investir na B3, por exemplo. Embora o mercado de ações possa oferecer retornos mais altos, os riscos envolvidos também são significativos.

Por isso, o primeiro passo ao escolher onde investir é conhecer seu próprio perfil de investidor. Existem três perfis principais: conservador, moderado e arrojado. O investidor conservador, por exemplo, prioriza a segurança e a preservação do capital, optando por aplicações de baixo risco, como títulos do Tesouro Direto ou CDBs. Esses investimentos geralmente oferecem retornos mais modestos, mas são mais estáveis e previsíveis. Além do perfil de risco, outro fator a considerar é o horizonte de tempo dos investimentos. Se o objetivo é a aposentadoria ou a formação de um patrimônio a longo prazo, é possível diversificar mais o portfólio, incorporando ações e fundos que possam gerar maior valorização ao longo dos anos.

Vamos de simulação para você entender quanto o seu dinheiro pode render! Se pegarmos R$ 10 mil e investirmos a uma taxa de CDI de 10,40% ao ano, podemos esperar diferentes retornos dependendo do tipo de investimento escolhido.

Poupança

No caso da poupança, que é isenta de imposto de renda, o retorno para um investimento de R$ 10 mil seria de R$ 57,55 ao mês e após um ano R$ 690,60. Um retorno muito pequeno: por isso sempre digo que não vejo a poupança como investimento e sim como uma forma de apenas guardar dinheiro ou um primeiro contato para quem não sabe ainda onde investir.

Tesouro Pré Fixado, LCI e LCA

Se escolhermos o Tesouro pré-fixado com vencimento em 2027, tido com uma das opções de investimentos mais seguras e que oferece uma taxa de 11,46% ao ano, o retorno seria de R$ 70,39 mês e R$ 844,68. A outra opção seria para investimentos em LCI ou LCA, que rendem 90% do CDI e também são isentos. O retorno seria de R$ 74,51 por mês, ou seja, 894,12 por ano. Bem melhor que a poupança.

CDB

Por fim, se optarmos por um CDB que oferece 120% do CDI, resultaria em R$ 77,00 por mês e R$ 924 em um ano. Já na opção de um pré fixado, o CDB pré-fixado a 13,35% ao ano, o retorno aumentaria para R$ 81,35 por mês e para R$ 976,20.

Esses números mostram como a escolha do tipo de investimento pode impactar significativamente o retorno final sobre o capital investido. O mais importante aqui a ser considerado é a diversificação. Não colocar todos os ovos em uma única cesta é uma regra de ouro em investimentos. Ao diversificar seu portfólio, você pode mitigar riscos e aumentar as chances de obter retornos positivos.